terça-feira, 3 de agosto de 2010

Beijos, Blues e Poesia


"...Chorando o gelo que você me deu...''


- A face pendia sobre os punhos fatigados. Seus finos cabelos castanhos encobriam parte da face assim como a escuridão. Suspirava trêmulo, faziam dias que não o via -


''..Achando que você já me esqueceu
Não sei se foi você ou se fui eu,..''


- Culpava-se, e como. Não devia ter discutido, e agora..Agora ele sumira...Ele literalmente sumira..como se tivesse se esquecido completamente de si -


''Eu to ficando com uma sensação...
Que eu fui a pista e você, o avião
...Você o trem e eu a estação''


- Maldito...Devia já estar com outro....Isso não...Não...Não podia estar...Não podia ter lhe trocado tão rápido..Estavam juntos a tanto tempo...Será que não valia realmente nada?
Estava tão perplexo..tão confuso com aquele tipo de pensamento que acabou por curvar-se naquele conflito, não conseguindo mais conter aquele choro, aquelas lágrimas quentes e dolorosas que pingavam da face no chão frio -


...Eu lembro beijos, blues e poesia...
O sal na pele, você me lambia...
E eu dizia...
"Oh baby, I love you"


- O rapaz pendeu do sofá de joelhos ao chão, não queria lembrar... Não queria lembrar daquilo...Porque ainda o amava tanto... Ainda...Ainda queria tanto ver ele entrar pela porta... Queria tanto que...Aquilo não tivesse nunca acontecido -


''Eu lembro a cara que você fazia
Será que eu lembro o que não existia?
Você dizia... ''


- Os lábios tremularam e a boca se entreabriu naquele choro intenso e infantil, naquela face corada e torcida com uma tortura imensa de si mesmo, estava tão doloroso, tão...só naquela imensidão -


"...Oh baby, I love you".

x

"Tô na Bahia e tô sentindo frio
Praia tá cheia; em mim tudo vazio
Quebrei a corda, eu tô por um fio.."


- O moreno caminhava sem rumo, os ombros encolhidos contra o pescoço apesar do sol quente rebater em suas costas. Olhava qualquer ponto, na verdade, não olhava nada. Estava vazio. Não conseguia voltar atrás, apesar de não...conseguir pensar em mais ninguém além dele. Parou de andar olhando para o mar, apesar de muitas vozes ecoando, só via..o vazio -

x

''Eu te procuro até não poder mais
Na Internet, bares, nos jornais.
Trombar você é o que eu quero mais''



-Tentou, tentou...Tentou achar ele. Ninguém sabia onde ele estava, ninguém parecia saber para onde ele havia ido. Tinha medo...Tinha medo do que acontecera com ele, de como o perdera e agora..Podia mais se redimir...Não veria mais aqueles olhos de novo?...-


''Eu lembro beijos, blues e poesia
O sal na pele você me lambia
E eu dizia: "Oh baby, I love you"


- E novamente as lembranças vieram a sua cabeça. Correra, correra sem parar para longe dalí, para longe daquelas lembranças tão dolorosas. Parou distante da cidade, distante de tudo. A face molhava-se com gotículas insistentes daquelas lágrimas frágeis, desabou sobre os joelhos ao pé de um morro, um precipício que dava ao mar. Olhava, olhava perdido para qualquer lugar, apertou os dedos sobre a grama pendendo a face, visando flashes dele..visando ele como se estivesse a sua frente -


''Eu lembro a cara que você fazia,

Eu lembro dia e noite, noite e dia
Você dizia: "Oh baby, I love you..., I love you...
Baby, I love you...''


- ....Era ele mesmo?....Levantou-se do chão tão inconsciente de seus atos e da própria loucura. Era ele..Aproximou-se do maior e ao sentir a maciez de sua face contra a mão não aguentou e abraçou-o quase em um salto de encontro ao moreno. Mas... a beira daquele precipício aquele empurrar levou ambos a desabarem em um abraço eterno. Antes que sumissem finalmente no mar...O moreno apenas sussurrou a seu doce amado -


''...I love you...''


Como é o nome mesmo


Não lembro da ultima vez

Que meu coração cantou assim
Pulsares rápidos e fortes
Incansáveis, viciosos.

Mal me lembro da ultima vez
Que lhe disse "Eu te amo"
Que senti tamanha emoção
Só em te ver

Porém eu sinto agora
Cada dádiva que me concebes
Cada sentimento, cada momento
Tudo isso em meu peito

E enquanto eu viver, meu amor
Deixe meu coração cantar pra você
Sempre poderá ouvi-lo
Batendo..pulsando.

A complexidade


Como anseio, grito enlouqueço

Cuspo palavras de puro rancor
E cada vez mais me perco, me esqueço
Por querer tanto teu amor.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Always

-...I'll be lovin' you,..always...-

Podia ouvir ao longe a música tocar, a quanto tempo apagara? Olhava o relógio...Não! estava atrasado!
Pulava da cama apesar do sonho gostoso que tivera, sequer tomara banho, somente se enfiava no meio das vestes e ainda assim...

- With a love that's true, always
....-

Podia ouvir a música ainda sendo cantada em sua cabeça...Maldito seja Frank Sinatra que em suas melodias levara-o a um sonho mais do que real. Pusera os sapatos e sem abotoar direito a camisa branca correra de casa, mas antes que pudesse sair se dava conta que havia esquecido de algo, uma caixa pequena.. encoberta por um branco quase reluzente, enlaçada por uma fita vermelha. E logo corria para fora de casa com um desespero ínfimo afim de chegar a tempo..

....

-...When the things you've planned.. need a helpin' hand
I will understand ...always,... always...-

Ah... Onde ele estava? Já fazia quase meia hora em que o esperava.. Olhava o rapaz para os lados, buscando assim seu amado com a expressão quase afoita por querer vê-lo. Mas já estava segurando-se no portão de embarque, sabia que tinha que entrar.. Será que ele o abandonára?

- Days may not be fair,... always
...-

...

Onde estava o maldito portão de entrada?! Não podia deixar ele ir embora sem vê-lo...Não iria!
Já esbarrara em tantas pessoas, ouvira muitos o chingarem mas sequer ouvia do que lhe chamavam, pulava degraus da escada rolante passando e atropelando, mas onde ele estava.. podia ver ao longe, o portão estava tão distante..

...

That's when I'll be there, ...always
..
Not for just an hour,... not for just a day..
Not for just a year ...but always

...

Apertara a pequena caixinha entre os dedos e parara de súbito no portão de embarque...Mas...
Onde está ele? Erguera o olhar até o relógio...Passava quase uma hora de seu atraso
...Não, não podia ser..
Mas era, da vasta vidraça podia ver, o avião distante, cada vez mais distante até sumir de sua vista.


- ...Days may not be fair, always -

Sentira o rosto quente, não... ele não..
Mas uma mão tocou em seu ombro, assustou-se, olhando de súbito na direção que sentira os dedos e arregalou os olhos visando ele, estático, vendo a face sorridente dele.."Você veio!" fora a única coisa que ouvira antes de o enlaçar com força, apertando-o contra si como se fosse a primeira vez em anos que o via.


...

..That's when I'll be there, always
ot for just an hour, ..not just a day
...
Not for just one year...
...

Não desejava mais nada... mais nada além daquele enlaçar..


- ...but always..

domingo, 20 de dezembro de 2009

Possessive.

Possessive

Minha possessividade.
Esmagadora de minha alma
Ofuscou minha claridade
Estragou uma noite calma.

Destruiu meu interior
Marcou-me o coração
Me encheu de dor
Apagou minha excitação.

Fez-me enfrentar a depressão
Tentar com a vida lutar
Desejar sua pocessão
E tentar me matar.

Faz-me em desespero chorar
Sorrir sem semblante
E toda vez desejar
Seus lábios marcantes.

A Glória

A Glória.

Toda a Glória deste mundo

Já não é mais bela para mim.
Eu Entrego essa eternidade
Por um único dia.

Pode ser uma tarde talvez,
Um pedaço da noite
A única coisa que desejo
Um minuto com você.

Devaneios

Devaneios

Cada vez mais perto

Sim, minha amada
Sei que me ouves
Mesmo tão distante.

Passo noites assim
Sentindo frio
Mas não vou me cobrir
Sem você por aqui.

Lembra de quando
Jurei amor eterno?
Não esqueça nunca
Eu sempre te amarei.

Mas, Agora sonhemos
Sonhos são livres
Tenhamos agora o nosso
Só nós aqui, e essa cama.